
Depois de centenas de cliques, páginas e páginas, palavras-chave, etc. Você chegou a este texto e começou a ler. O que o teria trazido até aqui? Mecanismos de busca, acaso, indicação? O que importa é que agora você está em frente a tela onde está escrito este texto que escrevo agora. Não o agora em que você está lendo, mas o agora no tempo em que estou escrevendo, Ah, deixe pra depois. Você se ajeita na cadeira, procura uma posição melhor para ler, chega mais perto do monitor. O fundo preto com letras brancas facilita. Você parece interessado em saber como irá se desenvolver este texto, qual é sua intenção, como irá terminar. A curiosidade lhe arde os olhos e lhe causa desconforto. Mas você continua lendo, aperta a tecla com o desenho da seta pra baixo e rola a tela; o texto prossegue, cresce, palavras se amontoam e parece não chegar a lugar nenhum. O que você esperava encontrar?
Que tipo de texto você esperava encontrar é no que penso no momento em que escrevo este texto. Algo límpido, cristalino, filosófico, como os novos pensadores? Algo muito contundente e caótico, como Nietzsche? Ou ainda algo verborrágico, forte e erótico ao estilo Henry Miller? O estilo de escrita, o estilo inconfundível, coisa que não tenho capacidade de produzir. Este texto é fruto de minha mente, de minhas experiências, tão diversas quanto caóticas e eróticas. Sem síntese nem sintaxe, imediato e imediatista, pungente e urgente. Um texto sem pretexto.
Você começa a ficar irado e começa a procurar o botão de "voltar", mas a curiosidade sobre o propósito deste texto o faz continuar a lê-lo. Mas de qualquer forma, sua paciência começou a se esgotar, você nem lembra porque e de que forma chegou até este texto, mas continuou até aqui. Você se move na cadeira, tamborila os dedos no teclado, mexe o mouse frenético no "pad": quer chegar logo ao fim deste texto e ele parece que não acaba , nem explica o porquê. Ok, você quer chegar logo ao fim deste texto...
Certamente, o leitor pergunta sobre o personagem principal deste texto. Portanto é importante que o situemos. O personagem deste texto, principal e secundário, autofágico e antropofágico, que se consome, se regurgita e torna a re-consumir, que se fecunda e se aborta, que se mata e ressuscita, que se ama e se odeia com a mesma intensidade. Um personagem nem bom nem mau, apenas principal. Tal personagem com características tão firmes e potentes dentro do meu texto, não poderia ser outro senão ele próprio: Meu Texto
Tanta coisa interessante na Internet e você lendo isto? E parece que você agora começou a ficar realmente irado com este texto. Ah, mas em outra janela tem um seu MSN aberto e você não precisa contar pra ninguém na que está lendo este texto, entre uma frase ou outra. Ou pode ser que também, tenha uma janela do seu perfil do orkut. Mas não tem problema, meu texto irá chegar ao fim e você poderá continuar a apreciar aquelas pessoas que muito acrescentam em sua vida, aguarde um pouco que logo logo este texto que você insiste em ler, irá terminar. Lembra como começou a ler este texto e o que o levou a fazê-lo? Não? Então comece novamente. Quem sabe você encontre algo realmente interessante que tenha lhe passado desapercebido até agora. Tá bem! Não quer recomeçar né?! Então continue já que está chegando ao fim, onde alguma coisa muito interessante lhe espera. Agüente o sono e mantenha seus olhos cansados abertos um pouco mais: garanto que o fim será inteiramente prazeroso, bombástico. Mas pare com essa ansiedade. Ah tá bom, já que é assim, o texto acabou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário