sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Ao mestre com carinho... Idolo de um aprendiz


Jamais se mata um poeta.
Dá-lhe a liberdade da alma
posto que o poeta sabe
o que é morrer e não ter corpo

Não se mata um poeta.
Somente imortaliza-o.
O poeta é incapaz de morrer,
eis um dom, eis a maldição.

Nunca morre um poeta,
ele simplesmente pára de escrever.
Terão outras faces a sua poesia,
haverá quem o siga e quem o odeie.

Jamais finda a vida de um poeta.
Eles são eternos, como seus poemas.
Estão na carne de quem os lê,
na alma, nos olhos, nos genes, no mundo.

Porém, morre o poeta vivo todo dia.
Morre a cada instante e renasce
a cada segundo de sua vida.
De toda a dor do mundo. Morre sempre.

O poeta é um não-ser humano.
É viver quando se morre
e morrer sempre, quando vivo.

Dedicado a Carlos Drummond de Andrade

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