
Jamais se mata um poeta.
Dá-lhe a liberdade da alma
posto que o poeta sabe
o que é morrer e não ter corpo
Não se mata um poeta.
Somente imortaliza-o.
O poeta é incapaz de morrer,
eis um dom, eis a maldição.
Nunca morre um poeta,
ele simplesmente pára de escrever.
Terão outras faces a sua poesia,
haverá quem o siga e quem o odeie.
Jamais finda a vida de um poeta.
Eles são eternos, como seus poemas.
Estão na carne de quem os lê,
na alma, nos olhos, nos genes, no mundo.
Porém, morre o poeta vivo todo dia.
Morre a cada instante e renasce
a cada segundo de sua vida.
De toda a dor do mundo. Morre sempre.
O poeta é um não-ser humano.
É viver quando se morre
e morrer sempre, quando vivo.
Dedicado a Carlos Drummond de Andrade
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