
E se no amanhã eu te não te pedisse o Ontem
Será que me davas o teu hoje
Quero sem condições
Contrato sem promessa
Nem sequer assinatura que seja
A minha mão já pouco escravinha
E pensamentos já poucos detenho
Olhar de ninguém
Consciência demasiado minha que me aponta o dedo hirto e imperioso da moral que não tenho
Não são minhas estas vontades
Já não mais é meu este corpo que uso
Ouves os gritos que não profiro em voz real?
Manhã madrugadora que amanhece embebida no alcóol que as minhas veias vertem em desespero
Vá
Despeja o meu corpo de ti
Não te quero mais em mim
Vai sanidade
Para bem longe de mim
Às vezes fazes-me mal
Apodreces dentro de mim fedendo a fel
Que me queimem este olhar que já nada diz
Não me quero a mim
Nem sequer outro alguém
Sirvo-me de mim como um outro qualquer
Sou fonte de sabedoria seca nos dias frescos
Folha de Outono que se pisa sem se ver
Pisam do hábito de sentir
Hábito que carregam na pele
Feito uniforme de meninos escolares
Farda do dia-a-dia
Que se rasga com vontade
Rodopio neste labirinto de me ser
Perco-me no arboredo que me rasga a pele
Queria-me anestesiado nesta verdade de me saber
Quem sou?
Quem tu és
Sou apenas
Eu...
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